As Gravuras Rupestres do Cabeço das Pombas estão presentes num afloramento granítico na freguesia de Pinheiros, no belo concelho de Tabuaço.
As Gravuras constituem uma manifestação artístico-religiosa de grande importância, que se pensa datarem da Idade do Bronze, desconhecendo-se, com rigor, a sua simbologia. Não obstante, é de crer que as figuras estarão associadas a algum acto cerimonial.
Este seria já na época um local de culto, ainda hoje apelidado de Santuário do Cabeço das Pombas. As figuras estão agrupadas por conjuntos, gravadas em diferentes épocas, sendo os mais antigos o ramiforme central e o conjunto da direita do painel, com excepção da representação de uma cara que é notoriamente posterior.
O único testemunho conhecido até agora em Vila Real, da época do Bronze Final, é o altar rupestre da Mão do Homem, constituído por um penedo granítico em cuja superfície superior podem ver-se diversas representações em baixo-relevo de mãos, assim como figuras zoomórficas e outros sinais de significado desconhecido.
O Real Filatório de Chacim é criado em 1788, por decreto de D. Maria I. A proposta de fundação de um real filatório e de escolas de fiação para a província de Trás-os-Montes, insere-se num plano mais vasto de desenvolvimento da produção da seda em Portugal, na senda do impulso manufactureiro registado na última fase do período pombalino.
O Real Filatório de Chacim simboliza uma tentativa de fomento de um sector produtivo no âmbito das actividades transformadoras, preconizando também a introdução em Portugal de uma tecnologia de vanguarda no seio da indústria sericícola. A introdução do moinho de seda redondo em Chacim constitui para alguns autores uma transferência tecnológica piemontesa. Desde o século XIV que no Norte de Itália se aperfeiçoava o trabalho da seda com base num moinho redondo. Em Piemonte associou-se uma dobadoura mecânica ao moinho redondo, permitindo uma produção à escala industrial e afastando-a um pouco dos padrões manufactureiros até então praticados. No entanto, o filatório de Chacim não parece ter revelado a existência desta dobadoura mecânica, sendo este trabalho realizado manualmente pelas mulheres. Mas a introdução do moinho redondo de seda, é só por si, uma inovação tecnológica de extrema importância para Portugal, ainda que sem grande continuidade, permitindo obter um produto de elevada qualidade face ao produzido habitualmente. O fio fabricado por este sistema alcançava um superior grau de torção, uma maior uniformidade e um brilho mais significativo.
Os vestígios materiais existentes em Chacim são significativos do desenvolvimento da actividade de fiação, tanto em termos do edificado, caso das ruínas do edifício da fiação, da casa dos casulos, como dos testemunhos da laboração existentes in situ e dos instrumentos de laboração exumados durante os trabalhos arqueológicos. Existem também alguns vestígios construtivos da distribuição e condução da água, testemunhando a força motriz utilizada.
O que resta do edifício da fiação é um testemunho importante de uma instalação laboral em altura, constituindo um exemplo significativo no âmbito do património industrial.
O concelho de Mogadouro é essencialmente rural, vivendo da agricultura e da pecuária. Para além do sector primário, Mogadouro possui diversos serviços e uma zona industrial, com armazéns, oficinas e alguma indústria ligada à agricultura. Noutros tempos, o gado cavalar teve muita importância em Mogadouro, não só para os trabalhos agrícolas e como meio de transporte, mas também porque existiu na Quinta de Nogueira uma caudelaria que chegou a ser considerada como a segunda caudelaria do país, depois da de Alter do Chão. Também no tempo da família dos Távoras, Senhores de Mogadouro (séculos XV a XVIII), na referida Quinta de Nogueira e na chamada Quinta Nova (contíguas), e ambas suas, esta nobre família tinha criação cavalar e aí tinha uma grande coutada de caça.
Na Idade Moderna, a história de Mogadouro anda associada à nobre família dos Távoras, seus senhores, desde o século XV ao XVIII. Os Távoras habitaram a alcáçova do seu castelo de Mogadouro e deixaram obra notável neste concelho. Aos Távoras se deve (neste concelho) as seguintes pontes: A ponte de Remondes (1678); a ponte de Meirinhos (1677); o pontão da Quinta das Quebradas (finais do século XVIII); a ligação Mogadouro Castelo Branco (Século XVII); o pontão de Zava (finais do século XVII); a ponte de Vilarinho dos Galegos (século XVII) e a ponte Gamona em S. Martinho do Peso (século XVII). "Pelo que fica exposto acima, podemos concluir que os Távoras executaram, no final do século XVIII, um plano de renovação e construção de vias e pontes principalmente no concelho de Mogadouro do qual eram senhores, o qual levou a uma eficaz ligação com os outros concelhos limítrofes. Este plano de vias só seria alterado completamente no final do século XIX e depois já bem adiantado o século XX e quase todas as pontes construídas naquele tempo do século XVII ainda hoje servem o tráfego automóvel e continuam com perfeita e plena segurança a servir as populações, aguentando o ruído e o peso dos motores dos veículos que sobre elas passam todos os dias e a toda a hora". Não foi só no campo das ligações rodoviárias que esta poderosa família do Antigo Regime deixou obra neste seu concelho.Também muitas obras religiosas têm o seu patrocínio. Assim, deve se a esta nobre família, entre muitas outras: A Igreja da Misericórdia de Mogadouro, (2 ª metade do século XVI); os nichos dos Passos, que rodeiam grande parte da zona histórica, (finais do séc. XVII ou princípios do séc. XVIII); a Igreja Paroquial de Mogadouro recebeu grandes obras patrocinadas pelos Távoras (como o atesta o seu brasão que se encontra esculpido na chave da abóbada da capela mor desta Igreja); o monóptero de S. Gonçalo, (séc. XVII XVIII), na Quinta Nova, termo de Penas Roias; o baldaquino de S. Sebastião, (séc. XVII), que se encontra entre os Largos Trindade Coelho e Duarte Pacheco, no centro desta vila de Mogadouro; e o próprio convento de S. Francisco (séc. XVII). Ainda hoje é possível encontrar vários brasões dos Távoras no concelho, apesar da sanha do Marquês de Pombal, que se abateu contra esta família. No concelho de Mogadouro, temos os seguintes brasões dos Távoras: Na igreja do convento de S. Francisco, sob o arco triunfal, na chave do mesmo; na igreja paroquial de Mogadouro, na chave da abóbada da capela-mor; na Quinta do Marmoniz (arredores da vila), no tanque junto da casa, está gravado o brasão no granito do depósito; "Na sacristia da Igreja Paroquial de S. Martinho do Peso, concelho de Mogadouro, existe ainda uma caixa de madeira de castanho que servia para guardar corporais e sanguinhos a qual tem pintado o brasão dos Távoras. A caixa deve datar dos séculos XVI ou XVII. Na mesma Igreja Paroquial e na retaguarda do altar mor, do lado esquerdo, está um brasão pintado com as insígnias dos Távoras. Este brasão está pintado a fresco, data do século XVI. Do lado direito está o brasão da Ordem de Cristo também pintado a fresco. No retábulo do altar mor da mesma igreja paroquial de S. Martinho do Peso gravados na talha dos dois lados do sacrário, estão dois brasões dos Távoras em forma estilizada. O retábulo, como já o dissemos na obra sobre o assunto, é de 1744
António Pimenta de Castro Licenciado em História e Docente do Ensino Secundário na Escola Dr. Ramiro Salgado (Torre de Moncorvo), Mogadouro 2002
In iii volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses,
coordenado por Barroso da Fonte, 656 páginas, Capa dura.
Editora Cidade Berço, Apartado 108 4801-910 Guimarães
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