Estamos perante uma árvore da família das Fagáceas, da sua-família Castaneoideas e do género Castanea. Este género é constituído por muitas espécies. Engloba nada mais, nada menos do que 12, espalhadas por várias partes do mundo. A mais importante de todas é o nosso castanheiro - Castanea sativa.
O castanheiro é uma árvore longeva, de folha caduca, que pode atingir mais de um milhar de anos de idade. As suas folhas têm entre 10 a 20 centímetros, são dentadas, mais claras na página inferior e translúcidas quando trespassadas pela luz solar. Os seus frutos são as conhecidas e apreciadas castanhas.
Aos 8, 10 anos de idade, o castanheiro já dá fruto, no entanto só depois dos 20 é que a frutificação passa a ser um fenómeno regular. A sua produção mantém-se elevada mesmo quando já está em idade avançada (o que significa 600 anos de idade ou mais). Até aos 50 a 60 anos de idade, o seu crescimento é bastante rápido, retardando depois até ao fim da vida. Pode atingir os 45 metros de altura e a sua copa pode chegar aos 30 a 40 metros de diâmetro.
Existem 2 tipos de castanheiro - o bravo e o manso - consoante a forma de regeneração e o tipo de exploração que se pretende. A um povoamento de castanheiros mansos, vocacionados para produzir castanhas, dá-se o nome de "souto" e a um povoamento vocacionado para produzir madeira, dá-se frequentemente o nome de "castiçal".
Em Portugal continental, o castanheiro está espalhado um pouco por todo o país, muito embora se tenha assistido durante este século a uma clara diminuição da área ocupada por esta espécie. Hoje em dia, a sua presença mais significativa verifica-se na região a norte do Tejo. É essencialmente em zonas com altitudes superiores a 500 metros e com baixas temperaturas no inverno, que esta árvore encontra as condições necessárias para o seu desenvolvimento. É o que acontece nos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda e Alto Alentejo. Em Portugal, a área total de castanheiro ronda presentemente os 35 mil hectares.
Ao nível de povoamentos, há a destacar a região do noroeste transmontano, onde existem cerca de 12.500 ha e a serra de S. Mamede, considerada "um verdadeiro santuário do castanheiro".
A espécie que existe em Portugal é também a que predomina na Europa, a Castanea sativa. Há conhecimentos e sinais de existir no território português há já muitos séculos, pelo que é considerada como uma espécie indígena. Contudo, há quem pense que terá sido introduzida na península ibérica, provavelmente, durante a época dos romanos.
Desde o Paleolítico que o castanheiro acompanha o Homem e tem para ele uma importância crucial. As tribos pré-romanas chamavam-lhe a árvore do pão, já que o seu fruto, a castanha, era um alimento rico e um importante meio de subsistência para os exércitos em campanha. Pode-se mesmo afirmar que foi um dos mais importantes farináceos em muitas regiões, antes da chegada da batata e do milho à Europa. Era utilizada na alimentação dos Homens e dos animais, era um complemento importante na agricultura e, em muitos casos, o pão dos mais desfavorecidos.Os entendidos dizem que as variedades portuguesas de castanheiro produzem as melhores castanhas que se conhecem, e são muito consideradas no comércio mundial, nomeadamente em núcleos da emigração portuguesa.
A par de todas as manifestações culturais, salientam-se os castanheiros notáveis que permanecem de pé no distrito da Guarda. São autênticos exemplares, com dimensões inacreditáveis, como o de Guilhafonso e o da Arrifana. O primeiro, com idade estimada em 400 anos, tem uma altura de 19 metros, o que lhe permite ser considerado o maior exemplar da Europa que, em 1987, produziu meia tonelada de castanha da variedade Rebordã, conforme refere Sanches Pereira em "O Castanheiro na Beira Interior". Digno de referência é, igualmente, o "Castanheiro Velho", na Arrifana, que possui um tronco considerado o mais grosso de todos os castanheiros existentes no país, com um perímetro de 13 metros e 20 centímetros. Trata-se de uma imponente árvore que deverá ter uma idade de cerca de dois mil anos, atendendo a que o autor Taborda de Morias lhe atribuiu, em 1937, na obra "Árvores Notáveis de Portugal", 1139 anos. Embora diferentes e com dimensões normais, são também únicos os "Castanheiros Gémeos" de Famalicão da Serra, ainda no concelho da Guarda. Trata-se de duas árvores adultas, separadas na base e no cimo do tronco, mas unidas a meio, em consequência de um «processo de enxertia natural de encosto», refere Cameira Serra no seu livro.
Na Beira Interior são frequentes as terras cujos nomes estão ligados ao castanheiro. No nosso distrito encontram localidades com denominação inerente ao castanheiro. Em poucos exemplos, constatamos isso mesmo: Souto (Sabugal), Monte Soito (Guarda), Castanheira (em Trancoso, em Manteigas, na Guarda e em Gouveia), Souto Maior (Trancoso), Soito do Bispo (Guarda), são um pequeno número de tantos nomes de lugares onde o castanheiro teve um papel importante na toponímia.
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