A criação de gado foi tão importante que os de Travassos do Rio ergueram a meio do povo uma torre ao boi campeão. Os seus habitantes devem sentir-se orgulhosos também porque Travassos é, depois de Salto, a terra barrosã referida em documentos autênticos e mais antigos: trata-se de dois documentos do Tombo de Celanova, na Galiza, referentes a doações destinadas ao Mosteiro e ambas no termo de Travaços, datadas, respectivamente, dos anos 953 e 976, sendo que numa delas é doadora a própria mãe do bispo São Rosendo! Há 1053 anos!
Muitas vezes “o coração tem razões que a razão não conhece” e assim, por vezes, encontramos canastros, tulhões, cortes de boi, fornos e moinhos feitos com tanto primor e equilíbrio como se de altares ou sacrários se tratasse.
Travassos do Rio, Montalegre, 29 de Agosto de 1991 - Notabiliza este lugar um baixo-relevo na torre sineira a figurar a cabeça dum toiro, que foi campeão invencível nas turras do seu tempo e os habitantes, ufanos de tanta valentia, quiseram perpetuar.
Vou remomerando: Cornos das Alturas, Cornos da Fonte Fria, Tourém, Toural, Pitões.
Era assim antanho. Por todo o lado a mesma obsessão a tutelar as consiências. O mal é que o povo, em meia dúzia de anos, deixou apagar nos olhos a imagem viril, e perdeu a identidade. O Barroso de hoje é uma caricatura. Sem força testicular, fala francês, bebe coca-cola, deixou de comer o pão de centeio do forno comunitário, assiste a chegas comerciais, em campos de futebol, com bilhetes pagos e animais alugados. É um nédio boi capado.
Miguel Torga - Diário XVI
Mosteiro de Pitões das Júnias ou de Santa Maria de Júnias, fica entalado num vale, por onde corre o rio Campesinho. Não tem data definida para a sua fundação, mas presume-se que se situe no final do século IX, quando eremitas se estabeleceram nesta região, vindo depois a organizarem-se em comunidades.
Durante a Guerra da Restauração da independência portuguesa, depois de 1640, um ataque do exército espanhol à aldeia de Pitões, terminou com um incêndio que deixou o mosteiro em ruínas, com excepção da igreja. O convento viria a ser recuperado e já no século XVIII, há informação que dá conta de obras importantes na zona conventual, todavia com a extinção das ordens religiosas, em 1834, o convento é abandonado e alguns anos depois deflagra um incêndio que apenas deixa a igreja de pé.
Deste pequeno convento, restam as paredes dos principais compartimentos a algumas arcadas do claustro, a igreja tem ainda o telhado, mas apresenta um aspecto de abandono, apesar de já terem sido feitas obras pela Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais.
Chega-se ao mosteiro por um caminho de pé posto, a partir do cemitério de Pitões.
Este castelo medieval distribuía-se dentro de uma muralha perimetral ovalada, reforçada por cinco torreões quadrangulares, duas das quais defendendo o portão principal, a chamada Porta de São Salvador. Além da torre de Menagem, dividida internamente em dois pavimentos, o superior rasgado por janela, este perímetro abrigava a cisterna do povoado circundante, podendo ser observados, ainda hoje, os alicerces de antigos edifícios, arcos, cunhais e vergas. A única edificação preservada é a pequena Igreja de São Salvador de Ansiães, em estilo românico.
Fora dos muros do castelo distribuía-se a zona urbana, delimitada por um segundo muro exterior com extensão superior a 600 m, reforçado por três torres quadrangulares. Dessa cerca externa restam apenas alguns troços dos setores leste e sul. No total, o conjunto do castelo ocupa uma área aproximada de 9.594 hectares.
Os porcos de raça Bísara, originários do tronco Céltico, são animais grandes , chegando a atingir mais de um metro de altura e 1,5 metros da nuca à raiz da cauda, de pelagem preta, branca ou malhada, pele grossa e com cerdas compridas, grossas e abundantes. A cabeça é comprida e espessa, com orelhas compridas, largas e pendentes, face pouco desenvolvida e boca grande. O pescoço é comprido e regularmente musculado. O tronco é comprido, com dorso arqueado, tórax alto, achatado e pouco profundo, flanco largo e pouco descido, garupa estreita descaída e pouco musculada, ventre esgalgado.
Os membros são compridos, ossudos e pouco musculados, tendo um regular aprumo. As coxas são de bom comprimento e deficiente espessura por serem pouco musculadas; os pés são bem desenvolvidos. A cauda é grossa e de média inserção. São animais de temperamento bastante dócil, vagarosos e com movimentos pouco graciosos. Têm elevada prolificidade.
A carcaça do porco Bísaro tem uma proporção de músculo maior que de gordura, obtendo-se uma carne pouco atoucinhada mas muito entremeada, cujo sabor é melhorado com a alimentação a que estes animais são submetidos que é rica e variada.
Actualmente o porco Bísaro distribui-se essencialmente pela região transmontana nomeadamente pelos concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Vila Flor, Chaves, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mogadouro, Moncorvo, Montalegre, Valpaços, São João da Pesqueira, Moimenta da Beira, Vila Real, Vimioso e Vinhais, sendo neste último onde se encontram o maior número de explorações. Ainda podemos encontrar algumas explorações no Minho, Douro Litoral e Beira Litoral.
A região Transmontana é formada por uma sucessão de planaltos e montanhas, cujo clima se caracteriza pela influência continental, mais húmido e chuvoso a oeste e mais seco à medida que nos aproximamos da fronteira oriental.
Trás-os-Montes continua ainda hoje a ser uma região onde predomina uma agricultura tradicional e de subsistência, caracterizada pelas pequenas explorações e com efectivos reduzidos, onde o porco bísaro tal como todas as outras espécies autóctones se enquadra e adaptam perfeitamente.
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